ACÇÕES|ÍNDICES| COTADAS |DIVIDENDOS|RESULTADOS|COMMODITIES|FUNDOS|MOEDAS|YELDS|EURIBOR | IMOBILIÁRIO|ARTE
CARROS CLÁSSICOS|DEPÓSITOS|CERTIFICADOS AFORRO|CERTIFICADOS TESOURO|OBRIGAÇÕES TESOURO RENDIMENTO VARIÁVEL|SEGUROS CAPITALIZAÇÃO|CROWDFUNDING & STARTUPS
TEMAS CALENDÁRIO ECONÓMICO ANÁLISE FUNDAMENTAL ANÁLISE TÉCNICA ANALISTAS OPINIÃO FÓRUM ARQUIVO CARTOON FILMES

  |
CAPAS JORNAIS    Diário de Notícias | Jornal i | Expresso | Jornal de Negócios | Público                                          ÚLTIMAS NOTÍCIAS

PUB

As amortizações gregas e o braço de ferro que opõe governo grego vs credores institucionais

As reuniões entre o governo da Grécia e os credores continuam sem um fim à vista. Num dia parece haver acordo e logo a seguir volta tudo à estaca zero. Os mercados entram em nervosismo e a volatilidade sente-se com a alternância frequente entre subidas e descidas a ditarem o rumo das bolsas. O país helénico necessita de liquidez para enfrentar um difícil calendário de amortizações junto de FMI e BCE. Mas os credores parecem dispostos a fazer chantagem junto dos gregos para fazerem prevalecer as suas intenções. A Grécia corre mesmo o risco de se tornar no primeiro país desenvolvido a entrar em default com o FMI. Já vários países entraram em incumprimento, mas todos eram considerados sub-desenvolvidos.

Guerra ideológica

O impasse que se vive não se trata só de uma mera questão de liquidez, existe também um fundo simbólico bastante forte por trás deste diferendo. O braço de ferro entre a Grécia e credores é já uma guerra político-ideológica entre os defensores da austeridade e os defensores da anti-austeridade. A guerra contra a ideologia da austeridade começou no país helénico e muitos analistas apoiam a posição do governo grego por entenderem que os resultados das políticas aplicadas na Grécia resultaram em recesão económica. Quem sair vencedor deste impasse poderá ditar o destino de futuros resgates a implementar noutros países da Europa.

Schauble e a chanceler alemã bem tentam dar o exemplo de Espanha, Portugal e Irlanda para justificar que a teoria da austeridade teve sucesso mas no caso da Grécia a história não tem um final feliz já que existe a possibilidade de um terceiro resgate. A audácia dos fracos ou os escrúpulos dos fortes, um deles irá impor as regras. Os credores vão procurar forçar o actual governo grego a ir contra as suas intenções políticas com o intuito de provocar a demissão do partido eleito democraticamente pelos gregos. Uma forma de lançar um aviso a outros partidos com ideologias semelhantes que vão surgindo aqui e ali na Zona Euro.

Se o governo português tem procurado dar uma imagem de "bom aluno" para com as instituições internacionais, já a Grécia recusa aplicar mais cortes em sectores como as pensões por achar que isso trará mais recessão. "Não nos vão humilhar" foi assim que Tsipras fez uma declaração de manifesto no parlamento grego mostrando que irá continuar a lutar pelos interesses da economia grega. Para além das questões de liquidez e da ideologia política existe ainda um outro factor importante que não se pode esquecer. Tsipras tem usado o trunfo geopolítico da NATO, importante para se manter "vivo" neste braço de ferro.

Questão geopolítica

É que caso a Grécia decida contra-responder aos credores ameaçando abandonar a NATO os EUA podem ficar vulneráveis no diferendo com a Rússia já que têm uma base militar na Grécia. Por isso os EUA pretendem a continuidade da Grécia na Zona Euro e na NATO. Não é por acaso que surgiu agora o escândalo de corrupção na FIFA, investigado pelo FBI, e que poderá ditar a retirada de um futuro mundial de futebol já atribuído à ... Rússia.

O calendário das amortizações gregas em 2015 junto dos credores institucionais:

Junho
dia 30 1.600 milhões € ao FMI
fim da extensão do program de resgate

Julho
dia 13 450 milhões € ao FMI
dia 19 693 milhões € juros de obrigações
dia 20 3.500 milhões € ao BCE

Agosto
dia 1 178,4 milhões € ao FMI
dia 20 3.200 milhões € ao BCE
dia 20 194,5 milhões € juros de obrigações

Setembro
dias 4, 14, 16, 21 1.500 milhões € ao FMI

Outubro
dia 13 450 milhões € ao FMI

Dezembro
dias 7, 16, 21 1.200 milhões € ao FMI

TOTAL em 2015
12.965,9 milhões € só a credores institucionais
22.000 milhões € somando ainda bilhetes do tesouro

Sem comentários:

Enviar um comentário

AUTOMÓVEIS


AMBIENTE & ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS