Pois agora com o Banif o processo pode repetir-se. O banco está com dificuldades em devolver o dinheiro dos Coco's ao estado e torna-se urgente a sua venda antes de 2016, quando entrar em vigor a nova legislação de resolução dos bancos onde pode entrar em cena uma capitalização através de um bail-in. Caso isso aconteça o Banif poderá ser dividido em duas instituições, tal como o BES, num banco bom e num banco mau, e as acções do Banif, que já valem em bolsa quase menos de 0,1 cêntimos tal é a velocidade de desvalorização, também poderão ficar ligadas ao banco mau onde ficarão os activos maus.
Caso o cenário de divisão aconteça é de considerar que as ações do Banif poderão seguir o mesmo caminho das ações do BES ao serem retiradas de negociação do índice PSI20. O PSI20 corre o risco de ficar reduzido a 17 cotadas. O Santander poderá ser um concorrente à compra do Banif aumentando a sua cota de mercado em relação ao BPI. O futuro do Banif é incerto e se ocorrer um bail-in as aplicações em depósitos acima de 100 mil euros nesta instituição não estarão totalmente seguras uma vez que correm o risco de ser convertidas em capital do banco. São as novas regras da união bancária que entram em vigor já em 2016.
(Actualizado 21 Dezembro, dia de venda do Banif e resolução do banco)
Domingo 20 Dezembro era mesmo o último dia dado por Bruxelas para resolver o problema do Banif, uma vez que ultrapassou há muito o prazo para pagar última tranche dos Coco's. A partir deste dia o Banif deixaria de conseguir financiar-se no mercado e a partir de 2016 a capitalização do banco poderia impor perdas aos depósitos acima de 100 mil euros.
Antes deste ultimato um primeiro prazo tinha sido dado ao Estado ainda este ano (em Março) mas o anterior governo PSD/CDS optou por adiar a decisão para depois das eleições, para que o próximo governo ficasse com a responsabilidade de assumir a despeza no défice. Uma decisão política com custos elevados para o banco, os contribuintes e accionistas, uma vez que vender à pressa e sob a pressão de um prazo beneficia sempre o comprador e prejudica o vendedor.
Tal como o BES a resolução do Banif foi novamente uma imposição europeia. O Santander Tota compra por 150 milhões a participação de 60% que o Estado detinha no Banif mas fica apenas com a parte boa do banco, ou seja os balcões e absorve os depósitos de particulares e empresas. O Santander Tota ganha quota de mercado, distancia-se do BPI, cola-se ao Novo Banco e aproxima-se do BCP. O Estado português perde bastante dinheiro uma vez que injectou 700 milhões no banco e só recebe 150 milhões e o défice vai ser castigado uma vez que é dinheiro público.
O Estado e o fundo de resolução entram com 480 milhões e 1.700 milhões respectivamente no Banif. Os bancos que participam no fundo de resolução voltam a ser castigados com esta nova intervenção. Quanto à parte má do banco, ou seja os activos tóxicos como grandes créditos de difícil recuperação, ficam no banco mau designado Banif sendo que os acionistas ficam associados a este banco e perdem o capital investido, tal como sucedeu com o BES.
Estrutura acionista do Banif antes do processo de resolução:

resta agora saber quais os célebres que foram apanhados na rede
ResponderEliminaravisos não faltaram
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