
O partido Syriza, vencedor das eleições gregas, já desafiou a troika e pretende cumprir as promessas eleitorais. Tsipras anunciou medidas como aumentar o salário mínimo para níveis pré-troika, ajudar famílias carenciadas, acabar com privatizações, pôr termo à austeridade e reestruturar a dívida.
A teoria do austeritarismo em questão
A Grécia tem vindo a implementar políticas de austeridade mas os resultados são pouco animadores. A crise aumentou e o PIB caiu. No país helénico a teoria da austeridade tornou-se numa autêntica utopia. A austeridade funcionou uma vez na Alemanha mas num determinado contexto de expansão económica global. Num contexto de recessão a teoria fracassa e agrava a economia.
Como resultado das medidas anunciadas de Tsipras os juros da dívida grega já subiram e uma agência de rating ameaçou com corte na avaliação. No caso português o governo foi mesmo ainda mais longe do que aquilo que a troika pediu e o primeiro ministro apelidou a posição do Syriza como um "conto de crianças". Será mesmo? Segundo o nobel Paul Krugman "o plano económico do Syriza é mais realista do que o da troika", dado que "o memorando da troika era uma fantasia económica".
Numa entrevista à CNN, o presidente norte-americano Barack Obama admitiu que a austeridade tem limites e a Grécia tem uma "necessidade extrema" de reformar a sua economia. Menos austeridade e mais crescimento são as ideias de Obama. "Não se pode continuar a apertar os países que estão numa depressão profunda. Em algum momento tem de haver uma estratégia de crescimento para que esses países possam pagar as suas dívidas e reduzir os seus défices", afirmou o líder norte-americano.
E concluiu "espero que a Grécia possa permanecer na zona euro, o que requer compromissos dos dois lados". O que está em questão no caso Grécia é a legitimidade da troika para impôr medidas a países resgatados. O novo ministro das finanças grego já fez entender que não reconhece a troika como interlocutora nas negociações com a Comissão Europeia. A Grécia, o berço da democracia, deu uma autêntica pedrada no charco no meio do pensamento único reinante na União Europeia.
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