O feitiço dos países do Norte da Europa contra os países do Sul da Europa pode virar-se contra o feiticeiro. Os países do Norte, que imploraram austeridade aos países do Sul, agora vêm pedir aos mesmos que lhes abasteçam gás através da rede existente na Península Ibérica como forma de combater a escassez caso a torneira da Ucrânia fique seca através do corte de Putin na Rússia.Com os problemas a agravarem-se entre ucranianos e russos o mais certo é que os países do Norte da Europa (como Alemanha, Finlândia, Polónia) venham a enfrentar problemas de abastecimento de gás de origem russa. Merkel já veio incentivar o alargamento da rede ibérica, que começa em Portugal e Espanha, através dos Pirinéus mediante um investimento Europeu para diminuir a dependência da Rússia.
Este (inesperado) trunfo que caiu nas mãos dos países do Sul é uma ironia do destino e pode servir de poder para negociar com Bruxelas algum aliviar da austeridade. Será que Merkel vai ser mais condescendente e "flexibilizar" a austeridade para obter algum retorno? Será que vai moderar as exigências de metas orçamentais?
Por outro lado o embargo unilateral imposto à Rússia, pela UE e EUA, pode ter um efeito perverso ao gerar danos colaterais nas exportações de produtos europeus e americanos para o mercado russo. E como consequência abrandará o crescimento económico americano e colocará a tímida retoma económica europeia a um regresso à recessão.


ÚLTIMAS NOTÍCIAS




Sem comentários:
Enviar um comentário